A principal forma de engajar sua população e seus exércitos em uma guerra é convencer que aqueles que estão do outro lado do fronte merecem ser combatidos. A convergência, mesmo que artificial, entre os interesses do Estado e do povo é importante para a manutenção de um conflito com muitas perdas de vida e econômicas. Disputar “corações e mentes” era o objetivo dos EUA na guerra do Vietnã, a primeira guerra reportada simultaneamente pela imprensa, e a primeira a mostrar que a opinião pública pode ser tão poderosa quanto tanques de guerra. A guerra do golfo décadas mais tarde trouxe os conflitos televisionados ao vivo para todo o mundo.

O conflito entre Rússia e Ucrânia inaugurou uma guerra que, para além dos conflitos bélicos, utilizam a internet como praça de guerra. O uso de ataques cibernéticos, aliados à construção de memes e a tentativa de colocar grandes empresas de tecnologia a seu favor, fez da Ucrânia o principal exemplo de resistência para além das armas. Quais dilemas éticos são produzidos ao transformar uma guerra em conteúdo viralizável? Essa e outras perguntas são o ponto de partida de Bruno Natal no Episódio #153 do podcast RESUMIDO.

E ainda: contrainformação, disputas narrativas, censura, bloqueios de plataformas, ataques hacker, memes e os muitos desdobramentos digitais de uma guerra hiperconectada.