Direitos
Como operações de influência são usadas para atacar jornalistas e enfraquecer democracias?
“Quando um influenciador dissemina uma informação, há impacto. Mas quando quem faz isso é um membro do governo, o impacto é muito maior”, afirma Patrícia Campos Mello, jornalista premiada e uma das entrevistadas no relatório “Como operações de influência entre plataformas são usadas para atacar jornalistas e enfraquecer democracias?“, lançado hoje. A pesquisa é uma parceria do InternetLab com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD), o Laboratório de Pesquisa Digital Forense do Conselho Atlântico (DFRLab), o Instituto VERO, AzMina e VOLT DATA LAB. O objetivo da pesquisa foi demonstrar como os ataques que ocorrem online impactam as vidas de jornalistas e como discursos violentos ganham espaço nas redes sociais no contexto brasileiro. Nesse sentido, buscou-se responder às seguintes perguntas:
Para respondê-las, foi utilizada uma abordagem multimétodos que incluiu uma análise de dados nas contas do Twitter, YouTube e WhatsApp de 200 jornalistas — 133 mulheres e 67 homens com diferentes perfis sociais, trabalhando em diferentes áreas. Os dados coletados foram analisados combinando análise qualitativa (checagem e interpretação dos ataques), análise de rede (redes de hashtags do Twitter e de recomendações do YouTube para identificar atores envolvidos) e análise lexical (termos usados para atacar jornalistas, com base em gênero e raça). Também foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 13 jornalistas que sofreram violência online.